sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

POR QUE SOU UM BUFÃO

É que neste tempo, a vida tem me dado o papel do Questionador-Sem-Fim, que sendo um bobo provoca o riso nos seus pares. É função que não posso renegar, pelo menos, não antes de admitir tê-la desempenhado satisfatoriamente. Entre pulos e caretas, as nuanças da realidade que não poderia dizer sem ser digno de decapitação. Deleito-me com o riso. Mas amanhã sou designado para o Sábio, ou o Mendigo, ou o Rei, ou a Princesa, sendo ainda o mesmo sujeito de cara lavada e indefinida por baixo da máscara. Nesse palco sem plateia, cada ator é também espectador. Se é uma comédia, que seja produzida e rida simultaneamente. O riso a alimenta e a peça toma seu rumo. Dos personagens que assumo ou que vou assumir? é só enquanto a vida não me tira do seu grande espetáculo.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

RECOMENDAÇÕES PARA O ENTERRO


Quem vai fazer o meu enterro? Andei pensando nisso... Quando  eu morrer, quero dizer, quando eu for acometido de morte, ou, quando a morte me sobrevier (já que não sou eu quem vai praticar a ação de morrer - isso seria suicídio - é ela)... Desejo ser cremado. Espera um pouco. Posso eu desejar estando morto? posso eu estando morto? posso eu? se é precisamente o eu que se foi, e deixou de ser sujeito de qualquer coisa?! Retomo: uma vez que não sabemos o que vem depois da morte; não sabemos se vem; nem sabemos... Que ninguém chore no meu enterro.  Hesito: morto tem enterro? Ora bolas, um morto nada pode ter... Já que não consigo falar nada sobre esse dia em minha vida, ou melhor, em minha morte; não não, esquece o minha; esse dia de morte... quando eu estiver morto, se desejarem, façam o enterro de vocês.

sábado, 3 de setembro de 2011

Resumo

Um livro sagrado tomado de modo integral pelos religiosos
corresponde ao tamanho do deus que eles admitem.


Eu só consigo admitir um deus que
todos os livros do mundo seriam pouco para descrevê-lo,
para abarcar sua Grandeza.


Toda vez que acorrentamos deus à religião o fazemos pequeno demais, limitado, assim: resumo.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A Denúncia da Palavra

JD (religioso): O que nos faz diferente das pessoas é, se o que somos capazes de fazer é realmente capaz de mudar a realidade e beneficiar a todos ou a maioria. Jesus Ele foi capaz de morrer na cruz por todos, e aqueles que desejam mudar recebem gratuitamente a liberdade que não se compara com nada que há na terra. Jesus para sempre juntos.!
CA (crítico): ‎"nos faz diferentes das pessoas"??? como assim? só conheço uma classe de seres humanos... 'vocês' fazem parte de outra?
JD (religioso): não o que quis dizer é que se fazemos ou temos algo que não é capaz de mudar ou ajuda alguém, nada vale, compreendi. Longe de mim dizer que somos melhores ou maiores, e sim que temos que ter práticas que não deixe de servir. Espero ter conseguido explicar, um grande abraço DEUS abençoe.
CA (crítico): Ah, tá.. pensei que a "cristandade" assumida fosse condição primária para fazer uma pessoa ser boa ou melhor que as outras.. (eu já estive dentro da moldura cristã..e já tive esse tipo de visão e sentimento que se deixa escapar pelas entrelinhas de um enunciado aparentemente altruísta, bondoso e impecável..)

sábado, 20 de agosto de 2011

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"Com esse friozinho nada melhor que ficar em casa assistindo TV." (César Tralli - Globo em você)

"Nesse tempo ruim, nada melhor que repensar-se, refletir, dialogar." (Cessar tralha - Mundo em Nós)


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Sede Vós


Os discípulos e biógrafos de Cristo, maravilhados com o homem fora do comum que ele era, imputaram-lhe o ser a única fonte capaz de produzir Vida. Mas, beber apenas duma fonte significa tornar-se dependente, viciado, bitolado, e talvez desnutrido. Assim é, com todos que persistem nessa ideia. Eu não quero correr esse risco. Por isso, sigo bebendo de todas as fontes saudáveis que encontrar no caminho. E, tendo chegado ao fim, ou mesmo durante o percurso, quem sabe eu não me torne uma fontícula a gotejar?!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Sobre debate filosófico

M.A. - Amanhã (quando nos encontrarmos) vamos debater bastante filosofia, derrubar várias construções mentais... eu , você e o W.H.
C.A. - Vamos sim. Porém, já lhe adianto uma crítica: o W.H. se limita muito por achar que todas as respostas estão escondidas num "mistério profundo" da bíblia (para ele, a irrefutável palavra de deus), e que somente os "mais iluminados" podem chegar a interpretá-la corretamente. 
M.A. - Não estou certo do que devemos convencê-lo... talvez de que sustentar qualquer padrão é inútil... Viver, ser livre, perceber livremente; trazer sabedoria ao mundo, que talvez seja Amor, Liberdade, não adesão à qualquer sistema, negação do passado, negação de nós mesmos, libertação do futuro. 
C.A. - Isso mesmo! Vejo com naturalidade a manifestação de sentimentos religiosos em todos nós, humanos, o único problema é a estreiteza de pensamento. Achar que toda a Sabedoria do Mundo está confinada nos limites de um livro publicado há mais de 2 mil anos.
M.A. - Concordo. Estamos Vivos, sigamos à Vida e o que ela nos sussurra, abaixo do barulhos do eu; da personalidade; e do que acumulamos... 

quinta-feira, 21 de julho de 2011

E SE MANDÁSSEMOS O LIXO PRA FORA DO PLANETA?

Lançar lixo no espaço é diminuir nosso planeta. Explico: tudo que o homem criou é fruto da manipulação de matéria-prima encontrada neste planeta. As coisas existentes neste mundo já estavam aqui, só precisavam ser descobertas. Elas estavam em outros formatos. O homem transformou coisas existentes em 'novas coisas'; fez matérias-primas virarem produtos e objetos por meio de máquinas. Em consequência disso, o lixo está aí ocupando lugar. Os processos de reciclagem natural da Terra não estão dando conta da alta produção e descarte das 'novas coisas'. Estamos consumindo muito, de forma desenfreada, impensada, desnecessária. Então, não adianta mandar lixo daqui para outro lugar. Isso significaria retirar nossos insumos mineral, vegetal, e animal deste imenso globo terrestre, deste absurdo e gigantesco aglomerado de matéria correspondente à totalidade de sua grandeza física.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

"Metamorfraseando"

C.A.: faço juízo de que vc não seja tão feliz qto aparenta ser, e que vc pode ter outros 'eus' a serem vividos...
L.S.: vc vê o quer ver, assim como eu.. gosto de poder escolher, de ver o mundo com meus próprios olhos...
C.A.: me preocupo não por vc ser meu amigo, mas por ser humano, e sendo assim, vc tbm sou eu.. (se não estou completo e resolvido, infiro que também não esteja..rs), por isso, liberte-se! só vc pode fazê-lo..
L.S.: vc fala em liberdade.. isso é apenas um sonho... eu gosto da escolha!
C.A.: (hmm, toda escolha pressupõe alguma liberdade não é mesmo?!..rs. ou vc vai escolher não ser livre pra escolher?.rsrs. acho que vc caiu em sua própria armadilha antitética.. =). Eu uso a minha pequena liberdade para buscar a Grande.. sou larva querendo ser borboleta..rs.
L.S.: se vc for larva vai efetivamente virar uma borboleta, e isso, não depende tanto de vc; se não for, não adianta o quanto tente voar, nunca deixará de se rastejar.
C.A.: reitero: busco ser uma borboleta, mesmo não sabendo se serei.. De qq maneira, antes o rastejo* que a imobilidade... 


*rastejo: sub. mas. = investigação, busca. (Houaiss, 2002).

terça-feira, 21 de junho de 2011

- Cocada caseira 1 real

Todo dia
o dia inteiro
o monólogo
o trapo de roupa
os ônibus 
a mercadoria
a cara.

Das moedas
aos rostos anônimos:
o trabalho parvo.

               Ali, a única atividade
               fonte de "subvivência"
               de nenhuma dignidade
               e de quase demência...

sábado, 18 de junho de 2011

A fé pode "melhorar" o homem?


Observem a pintura no muro (ao fundo) contrastando a atitude dos jovens retratados na foto. O que dizer do efeito útil da mensagem bíblica ali expressa nos indivíduos envolvidos com o crime? (O paradoxo inevitável é: a grande probabilidade de ter sido feita por um deles, ou outro sujeito com a mesma conduta marginal, posto, que em seus corpos é comum o uso de crucifixos e tatuagens de simbologia sacra, ou seja, há a expressão de credulidade.) 

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Salvação da Perdição


QUAL É O MÉRITO DE UMA RELIGIÃO QUE OFERECE A SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA QUE ELA MESMA INVENTOU?





domingo, 10 de abril de 2011

LOTO VIDA

Ter muito dinheiro era sua corrida
Vida toda conferindo a aposta...
Uma fézinha que no bolso não pesava
Contava tê-los cheios para sempre
 
Já velho, veio a grande sorte
Forte confiança no jogo rendeu
Felicidade de riqueza
Com certeza, milionário!
 
Só fez muito pouco caso
do acaso de em tão pouco tempo
Seus números serem sorteados outra vez: 
 

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sobre e Sob Dúvida

M.L.
Duvidar é importante, sim. Mas nem sempre. Eu acho que a gente tem que acreditar em algumas coisas às vezes mesmo sem compreendê-las totalmente para que a vida tenha algum sentido. Eu preciso disso.

C.A.
Ter dúvida, não significa ser inopinado sobre tudo, significa ter opiniões, que devem ser apenas um estágio, ou seja, não devem ser idéias fixas, estáticas e intransponíveis. A dúvida deve surgir e servir como propulsora de uma opinião cada vez mais abrangente, ampla; de verdades cada vez maiores. Desse modo, quando digo "não tenha medo de duvidar", estou dizendo "não tenha medo de querer saber mais", e só sabe mais quem admite 'não saber', ou, pelo menos, duvida de 'já saber'.

domingo, 3 de abril de 2011

AMADORES



"Pode alguém despojar-se de seu egoísmo 
para amar genuinamente? 
Amamos o 'amor' que outros têm por nós."



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

LEITURAS DE UM AMIGO

Tal como os livros, os poucos amigos "lidos" são guardados enquanto "lemos" os novos que vão sendo selecionados, entretanto, vez ou outra, pegamos, meio que sem querer, alguns dos que estavam acondicionados, para, ao menos, "folheá-los", e pode ser que novamente admirados, sobressalte em nós um sentimento, uma intensidade - como de quando foram "acrescentados", e então, decidimos por "lê-los" outra vez, ou não, sob novos pontos-de-vista alcançados.
ALGUNS NÃO SAEM DA NOSSA CABECEIRA...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

PREMIE-SE!

Aqui não há vencedores.
Eu ganho pra perder
e, quase sempre, perco ganhando
...
mas, sem melindres, jogo pra ganhar
mesmo sabendo da perda final.
Perdendo ou ganhando
só há uma garantia:
a de que o prêmio é o próprio jogo.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

"difeCrença"

eu sou um que crê
mas não aquele pela religião exigido
ele não deve existir:

quer o que é ofertado
mas não dá o requerido
não pode cumprir

por medo de perder 
o que pela fé é prometido
há de sucumbir...

parei com a hipocrisia
com deus, não quero desavença
até em ateísmo se pode crer
qual é mesmo a sua



?


quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Palavra na Boca

Mandamos "um beijo" a alguém,
mas essa locução não executa o beijo.
Inquieta-me só o ouvir,
já que não o recebo.
Se um não pode realizar o outro,
por que o fazemos então? 
Sei que um beijo fornece uma sensação táctica
enquanto "um beijo", apenas, auditiva:
um desejo de concretude do beijo
que parece impossível àquele instante.
Contudo, a execução é incomparável
à mera intenção.
Resignado, eis-me o fato:
se não é possível o dizer
tampouco o fazer seria.
Se não fosse o “um beijo”
no máximo, um toque de lábio haveria.
Mas também “um toque de lábio”
não é o dito pelo feito?

domingo, 16 de janeiro de 2011

EVOLUÇÃO


Se há algo que a "seleção natural" de Darwin prova, é a imensurável beleza e perfeição da Fonte Criadora, que tendo posto algo, de princípio, o fez potencialmente evolutivo, e eficazmente "selecionável".




(Isso, se se supõe que as espécies não podem ser a causa primal de si mesmas -  o que seria um reductio ad absurdum.)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O tamanho do Universo

Universo - do latim, univérsus.
Uno, uni, unus - Único;
versus - todas as coisas existentes no tempo e espaço.  
O Uno é singular; o verso é plural. 
O Uno é causa; os versos são os efeitos.
O Infinito Universal manifestado nos finitos individuais. 
Universo é Unidade expressa em diversidade; 
diversidade integrada à Unidade.
O Uno é Fonte Geradora; é essência. 
Os (di)versos são os relativos, as existências passivas. 
A Fonte Geradora não tem limites, 
por isso o universo é sem tamanho.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Fantasia do Real ou Realidade Fantástica

A realidade possibilita sonhar o impossível.
  O sonho possibilita realizar a impossibilidade.


               

ALMEIDA, C. 

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

TOLICIDADE

Antes de perguntarmos a idade de alguém, nos perguntemos por que perguntar... Parece uma tolice querer saber o tempo cronológico do Ser. A razão por trás da pergunta talvez seja: querer saber 'quem'. Nesse caso, empreendemos conceituar a pessoa pela sua vivência. Formulamos um juízo a partir da comparação entre quem ela é e os anos que já viveu. Nesses termos, a idade é um marcador muito falho, uma vez que não pode revelar esse indivíduo, exceto, em alguma medida, o seu exterior, o seu invólucro temporal. Quem dera a idade representasse um   atributo do nível evolutivo do ser - o seu grau ascensional enquanto sujeito presente no mundo. Se assim fosse, penso eu que, saber a sua/minha idade poderia significar algo de relevante.

ALMEIDA, C.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A(s) FÉ(s)

A fé-bíblica, definida e difundida pelo "livro sagrado", que diz que ela é a certeza absoluta e irredutível (ou não-expansível) sobre as coisas que não se veem, e que afirma ser por meio dela obtido uma recompensa divina.

A fé-na-fé,  isto é, a fé de que a fé é idêntica ao conceito bíblico de fé, pois corresponde a uma certeza de que o cânone está absolutamente certo ao conceituar que a fé é uma certeza e por ela se obtém uma morada nos céus. Em outras palavras: há de se aceitar (ter fé de) que a bíblia é a suprema verdade revelada, antes de aceitar a definição de fé dada pela bíblia (trata-se de uma ação dependente da outra e vice-versa).

A fé-losofia, não se alinha a nenhuma definição pré-concebida, pois emerge do interior da alma; não tem certeza de coisa alguma, antes, funciona como propulsora de uma busca ininterrupta por certezas não-fixas, não-estáticas, não-cristalizadas, mas, cada vez maiores.


by ALMEIDA, C.