quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Palavra na Boca

Mandamos "um beijo" a alguém,
mas essa locução não executa o beijo.
Inquieta-me só o ouvir,
já que não o recebo.
Se um não pode realizar o outro,
por que o fazemos então? 
Sei que um beijo fornece uma sensação táctica
enquanto "um beijo", apenas, auditiva:
um desejo de concretude do beijo
que parece impossível àquele instante.
Contudo, a execução é incomparável
à mera intenção.
Resignado, eis-me o fato:
se não é possível o dizer
tampouco o fazer seria.
Se não fosse o “um beijo”
no máximo, um toque de lábio haveria.
Mas também “um toque de lábio”
não é o dito pelo feito?

domingo, 16 de janeiro de 2011

EVOLUÇÃO


Se há algo que a "seleção natural" de Darwin prova, é a imensurável beleza e perfeição da Fonte Criadora, que tendo posto algo, de princípio, o fez potencialmente evolutivo, e eficazmente "selecionável".




(Isso, se se supõe que as espécies não podem ser a causa primal de si mesmas -  o que seria um reductio ad absurdum.)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O tamanho do Universo

Universo - do latim, univérsus.
Uno, uni, unus - Único;
versus - todas as coisas existentes no tempo e espaço.  
O Uno é singular; o verso é plural. 
O Uno é causa; os versos são os efeitos.
O Infinito Universal manifestado nos finitos individuais. 
Universo é Unidade expressa em diversidade; 
diversidade integrada à Unidade.
O Uno é Fonte Geradora; é essência. 
Os (di)versos são os relativos, as existências passivas. 
A Fonte Geradora não tem limites, 
por isso o universo é sem tamanho.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Fantasia do Real ou Realidade Fantástica

A realidade possibilita sonhar o impossível.
  O sonho possibilita realizar a impossibilidade.


               

ALMEIDA, C. 

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

TOLICIDADE

Antes de perguntarmos a idade de alguém, nos perguntemos por que perguntar... Parece uma tolice querer saber o tempo cronológico do Ser. A razão por trás da pergunta talvez seja: querer saber 'quem'. Nesse caso, empreendemos conceituar a pessoa pela sua vivência. Formulamos um juízo a partir da comparação entre quem ela é e os anos que já viveu. Nesses termos, a idade é um marcador muito falho, uma vez que não pode revelar esse indivíduo, exceto, em alguma medida, o seu exterior, o seu invólucro temporal. Quem dera a idade representasse um   atributo do nível evolutivo do ser - o seu grau ascensional enquanto sujeito presente no mundo. Se assim fosse, penso eu que, saber a sua/minha idade poderia significar algo de relevante.

ALMEIDA, C.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A(s) FÉ(s)

A fé-bíblica, definida e difundida pelo "livro sagrado", que diz que ela é a certeza absoluta e irredutível (ou não-expansível) sobre as coisas que não se veem, e que afirma ser por meio dela obtido uma recompensa divina.

A fé-na-fé,  isto é, a fé de que a fé é idêntica ao conceito bíblico de fé, pois corresponde a uma certeza de que o cânone está absolutamente certo ao conceituar que a fé é uma certeza e por ela se obtém uma morada nos céus. Em outras palavras: há de se aceitar (ter fé de) que a bíblia é a suprema verdade revelada, antes de aceitar a definição de fé dada pela bíblia (trata-se de uma ação dependente da outra e vice-versa).

A fé-losofia, não se alinha a nenhuma definição pré-concebida, pois emerge do interior da alma; não tem certeza de coisa alguma, antes, funciona como propulsora de uma busca ininterrupta por certezas não-fixas, não-estáticas, não-cristalizadas, mas, cada vez maiores.


by ALMEIDA, C.