domingo, 5 de fevereiro de 2012

NAIPE

Com as cartas embaralhadas à mesa: eu e o mundo frente a frente num jogo de duração diária. Hoje, ao tomar o meu em mãos, eu já sabia. Nada bom! Quis me esquivar, poder pular a vez, ficar de fora apenas essa rodada. Mas a Vida, grande mediadora do jogo, não aceitou minhas desculpas. Inabalável e intraduzível, ela esperou para ver como se comportariam os jogadores. Impreterível, impôs a partida, sem qualquer chance para fuga. Carrasca! eu diria se fosse sempre isto: um mal jogo forçado e sofrido. 
Não é. Há dias de muito boas jogadas. O problema é que o Mundo é melhor jogador que eu. Mas... se o baralho é um só e o número de combinações de cartas é finito, bons e maus jogos pulam de mão em mão ao acaso?! Já sei! Com o jogo de hoje não há outra coisa a fazer, senão tentar um convincente blefe. Porque acho que, no fundo, não existe jogo fácil. O que existe é a habilidade de jogar com as cartas adquiridas.

Um comentário:

  1. As vicissitudes da vida passam diante de nossos olhos. As vezes, por força de nosso condicionamento, nos identificamos com elas. Outras vezes, vemos sua futilidade, seu vão de evento. Porque nós, em nosso papel de testemunhas da vida, por vezes nos identificamos com nosso ato, outras vezes, somos capazes de o ver como é... apenas mais um ato, uma encenação no palco da vida. Aparentemente temos liberdade. Escolhamos nossos papéis, se o pudermos fazer. Mas, se não o pudermos, aceitemos o papel que se nos apresente, e atuemos então com amor, afim de desvencilhar as garras da ilusão.

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